A Polícia Federal apreendeu, na última terça-feira (8), mais de R$ 1,6 milhão – além de valores em moedas estrangeiras – durante a Operação Mineração de Ouro, realizada com o objetivo de apurar indícios de participação de três conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) em uma suposta organização criminosa voltada à prática de fraudes em licitações, superfaturamento de obras e desvio de recursos públicos.
O dinheiro em espécie foi encontrado em dois endereços vasculhados pelos investigadores em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
Ao todo, a força-tarefa formada por servidores da Controladoria-Geral da União, policiais federais e funcionários da Receita Federal cumpriu 20 mandados de busca e apreensão em Campo Grande e Sidrolândia (MS) e em Brasília (DF).
Em um primeiro endereço de Campo Grande a PF apreendeu R$ 889.660,00; 7.272 dólares; 200 libras e 4,5 mil euros. Já num segundo alvo, na capital de Mato Grosso do Sul, os investigadores encontraram R$ 729.600,00.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), foram cumpridos mandados de busca e apreensão em vinte endereços no Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. As medidas foram autorizadas pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que também determinou quebras de sigilo bancário e fiscal dos investigados. Cerca de 20 pessoas são alvo das ações, cujos inquéritos correm sob sigilo.
As diligências são um desdobramento das ações da operação Lama Asfáltica. As investigações já realizadas apontaram indícios de participação de membros do TCE-MS em um esquema ilícito de desvio de verbas públicas. De acordo com a PF, o nome da operação, Mineração de Ouro, está relacionado a “indícios de que a aquisição de direitos relacionados à mineração tenha sido utilizada para lavagem de dinheiro”.
O MPF e Polícia Federal apuram, entre outras suspeitas, se foram proferidas decisões no âmbito da Corte de Contas para favorecer integrantes da organização criminosa. Já há evidências, também, da existência de um esquema de contratação de funcionários fantasmas no TCE-MS, para beneficiar pessoas ligadas aos conselheiros investigados. Há suspeita de que o esquema tenha movimentado valores milionários entre 2015 e 2021.
Fonte: MPF e UOL